O REFLUXO
Enquanto assisto a um episódio do "Verão Azul", tento explicar à minha filha por que razão o Pancho se dá ao trabalho de roubar uma égua branca e de arriscar a pele, apenas para cumprir o sonho de Bea. E não consigo. O tempo do romantismo acabou. O tempo dos ideais, do estender cordas para resgatar de uma falésia um desconhecido em risco escureceu.
Vêm-me à cabeça as palavras de um grande escritor amigo: "é o refluxo". Depois da generosidade e dos ideais dos anos 60 e 70 chega a "revanche" do materialismo. Nada dialético, por sinal. O tempo das vacas com pressa.
Nada será definitivo e o coração dos homens não se aguentará para sempre suspenso no seu próprio vazio.
Mas até lá parece que a noite não terá fim...
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